quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Tristes Décadas!

Há trinta e cinco anos que vocês nos manipulam, nos dominam, nos mentem, nos omitem, nos desprezam.
Há trinta e cinco anos que nos roubam, não só os bens imediatos de que carecemos, como a esperança que alimenta as almas e favorece os sonhos.
Há trinta e cinco anos que cometem o pior dos pecados, aquele que consiste na imolação da nossa vida em favor da vossa gordura.
Há trinta e cinco anos que traem a Deus e aos homens, sem que a vossa boca se encha da lama da mentira.
Há trinta e cinco anos que criam legiões e legiões de desempregados, de desesperados, de açoitados pelo azorrague da vossa indignidade.
Há trinta e cinco anos que tripudiam sobre o que de mais sagrado existe em nós.
Há trinta e cinco anos que embalam as dores de duas gerações de jovens, e atiram-nos para as drogas, para o álcool, para uma existência sem rumo, sem direcção e sem sentido.
Há trinta e cinco anos que caminham, altaneiros e desprezíveis, pelo lado oposto ao das coisas justas.
Há trinta e cinco anos que são desonrados, torpes, vergonhosos e impróprios.
Há trinta e cinco anos que, nas vossas luras e covis, se acoitam os mais indecentes dos canalhas.
Há trinta e cinco anos que se alternam no mando, e o mando é a distribuição de benesses, prebendas, privilégios entre vocês.
Há trinta e cinco anos que fazem subir as escarpas da miséria e da fome milhões de pessoas que em vocês melancolicamente continuam a acreditar.
Há trinta e cinco anos que se protegem uns aos outros, que se não incriminam, que se resguardam, que se enriquecem, que não permitem que uns e outros sejam presos por crimes inomináveis.
Há trinta e cinco anos que vocês são sempre os mesmos, embora com rostos diferentes.
Há trinta e cinco anos que os mesmos jornais, sendo outros, e os mesmos jornalistas de outra configuração, sendo a mesma, disfarçam as vossas infâmias, ocultam as vossas ignomínias, dissimulam a dimensão imensa dos vossos crimes.
Há trinta e cinco anos sem vergonha, sem pudor, sem escrúpulo e sem remorso.
Há trinta e cinco anos que não estão dispostos a defender coisa alguma que concilie o respeito mútuo com a dimensão colectiva.
Há trinta e cinco anos que praticam o desacato moral contra a grandeza da justiça e a elevação do humano.
Há trinta e cinco anos que, com minúcia e zelo, construíram um país só para vocês.
Há trinta e cinco anos que moldaram a exclusão social, que esculpiram as várias faces da miséria e, agora, sem recato e sem pejo, um de vocês faz o discurso da indignação.
Há trinta e cinco anos começaram a edificar o medo, e o medo está em todo o lado: nas oficinas, nos escritórios, nos entreolhares, nas frases murmuradas, na cidade, na rua. O medo está vigilante. E está aqui mesmo, ao nosso lado.
Há trinta e cinco anos encenaram e negociaram, conforme a situação, o modo de criar novas submissões e impor o registo das variantes que vos interessavam.
Há trinta e cinco anos engendraram, sobre as nossas esperanças confusas, uma outra história natural da pulhice.
Há trinta e cinco anos que traíram os testamentos legados, que traíram os vossos mortos, que traíram os vossos mártires.
Há trinta e cinco anos que asfixiam o pensamento construtivo; que liquidaram as referências norteadoras; que escarneceram da nossa pessoal identidade; que a vossa ascensão não corresponde ao vosso mérito; que ignoram a conciliação entre semelhança e diferença; que condenam a norma imperativa do equilíbrio social.
Riam-se, riam-se. Vocês são uma gente que não presta para nada; que não vale nada.
Malditos sejam!
By «Baptista Bastos»

Aproveitamento Imoral!

A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada. 
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 + IVA. São 0,72 no total. 
O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50. Assim oferecemos 0,50 a quem carece, mas cobram-nos 0,72, mais 0,22 ou seja 30 %. 
Quem fica com esta diferença? 
1º - a PT com 0,10 (17 %) isto é a diferença dos 50 para os 60. 
2º - o Estado 0,12 (20 %) referente ao IVA sobre 0,60. 
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou. A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado já atingiu os 2.000.000 de euros. Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais 880.000 euros divididos entre a PT (400.000 para a ajuda dos salários dos administradores) 
e o Estado (480.000 para ajuda ao reequilíbrio das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam). 
A PT cobra comissão de quase 20 % num acto de solidariedade!!! 
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!! 
ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA!!! 
ISTO É UM ASQUEROSO ESBULHO À BOLSA E AO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE DO POVO PORTUGUÊS!!!

sábado, 11 de dezembro de 2010

A fome envergonhada!

Recebi este texto por e.mail e não sei se se trata de uma realidade conhecida ou pura ficção, mas como esta semana o nosso Primeiro Ministro se vangloriou de a educação em Portugal ter evoluído positivamente, decidi trazê-lo aqui para que possa seguir viagem através do cosmos.

O Diário do Professor Armando - A fome nas escolas
Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.
Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.
De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila – oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.
Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas…
Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.


P.S. - Como não gosto de deixar as coisas pela metade, fui investigar a origem do texto acima e descobri que foi publicado em 19 de Novembro, por Arnaldo Antunes, no blog «Aventar». Se quiserem dar uma vista de olhos podem seguir este caminho.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Arma da Palavra!

Um amigo fez-me chegar a missiva que publico abaixo com o maior prazer. Espero que gostem de a ler, tanto quanto eu gostei.
»»»»» o «««««
Aparentemente, passámos de um destino de navegadores a clientes de segunda de alfaiatarias, uma, dos anos 50, da Rua dos Fanqueiros, outra, ainda mais miserável, de um gajo "licenciado" nas Novas Oportunidades, que se deslumbra com tecidos que lhe assentam francamente mal.
Vou ser breve, e introduzir já a frase com que se deverá concluir este texto: chegámos ao tempo em que é preciso fazer cortes, mas não nos salários, e, sim, em certas cabeças.
O Sr. Aníbal, de Boliqueime, com a sua corja de Ferreiras do Amaral, de Leonores Belezas, de Miras Amarais, de Dias e Valentins Loureiros, de Duartes Limas, do Eurico de Melo, de Durões Barrosos e tantos outros nomes do estrume que já se me olvidaram, inaugurou o derradeiro ciclo de declínio de Portugal, quando vendeu o Estado a retalho, e permitiu que os Fundos, que nos iam fazer Europeus, fossem fazer de forro de fundo de bolsos de gente muito pouco recomendável. A apoteose dessa desgraça teve vários rostos, as Expos, do ranhoso Cardoso e Cunha, e a mais recente, o BPN, onde estavam todos, 20 anos depois, refinados, enfim, tanto quanto o permite o refinamento da ralé, e isso custou ao Estado um formidável desequilíbrio, que a máquina de intoxicação, feita de comentadores de bancada, de ex-ministros que tinham roubado, e queriam parecer sérios, e de carcaças plurireformadas, de escória, em suma, que há muito devia estar arredada do palco da Opinião, nos fez crer ser uma "Crise".
Depois, veio a outra "Crise", a Internacional, cozinhada em Bilderberg, e que se destinava, como se destinará, a criar um Mundo mais pobre, de cidadãos mais miseráveis, cabisbaixos, e impotentes. Nem Marx sonhou com isso: é mais Asimov, Orwell e uns quantos lunáticos de ficção científica reciclada em Realidade, e vamos ter, nós, os intelectuais, de prever e preparar as novas formas de reagir, contra esse pântano civilizacional. A seu modo, será uma Idade do Gelo Mental e Social, minuciosamente preparada, para a qual, aviso já, não contem comigo.
Como na Epopeia de Jasão, depois do miserável Cavaco, vieram os Epígonos, os "boys-Matrix" do Sr. Sócrates, um Matrix de Trás os Montes, o que, já de si, cheira a ovelha, animal que só estimo naquela classe de afectos que São Francisco de Assis pregava, e nada mais. Podem chamar-se o que quiserem, Pedros Silvas Pereiras, a Isabel Alçada, a aquecer os motores para substituir o marido na Gulbenkian, mal ele se reforme; a mulher a dias do Trabalho, e aquele pequeno horror, chamado Augusto Santos Silva, que parece uma barata de cabelos brancos. Esta gente toda convive connosco, quer-nos levar ao abismo, e fala da inevitabilidade de "cortes".
Eu também estou de acordo: toda a frota de carros da Administração Pública deve ser vendida em hasta pública -- pode ser aos pretos da Isabel Dos Santos, que adoram essas coisas... -- e passe social L123, para todos os Conselhos de Administração, com fedor de Vara, Cardona, Gomes, ou Zeinal Bava. Os gabinetes imediatamente dissolvidos, e os assessores reenviados para os centros de reinserção social, para aprenderem o valor do Trabalho, e não confundirem cunhas com cargos; os "Institutos", de quem o Vara era especialista, e o Guterres, num súbito fulgor de não miopia chamou "o Pântano"; os "off-shores"; a tributação imediata de todas as especulações financeiras com palco português, feitas em plataformas externas; a indexação do salário máximo, dos tubarões, aos índices mínimos das bases, enfim, uma espécie de socialismo nórdico, não o socialismo da treat, inaugurado pelo Sr. Soares, e transformado depois, nesta fase terminal, em esclavagismo selvagem, pela escória que nos governa.
Acontece que, se os Portugueses sentissem que estavam a ser governados por gente honesta, e tivesse acontecido um descalabro financeiro, prontamente se uniriam, para ajudar a salvar o seu pequeno quintal. Na realidade, a sensação geral é a de que há, ao contrário, um bando de criminosos, inimputáveis, que se escaparam de escândalos inomináveis, de "Casas Pias", de "Freeports", de "BPNs", "BPPs", "BCPs", "Furacões", "Independentes", Hemofílicos", "Donas Rosalinas", "Noites Brancas" e tanta coisa mais, que dispõem de um poder de máfia e associação tal, que destruíram a maior conquista do Liberalismo, a separação dos Poderes, tornando o Judicial uma sucursal dos solavancos políticos, do rimel das Cândidas e das menos cândidas, das Relações, e das relações dos aventais, das "ass-connections" e das Opus, enfim, de uma Corja, que devia ser fuzilada em massa, que roubou, desviou, pilhou e, agora, vem tentar sacar a quem tem pouco, muito pouco, ou já mesmo nada.
Somos pacíficos, mas creio que chegou a hora de deixarmos de o ser.
Pessoalmente, não tenho armas, mas já escolhi alguns alvos.
Curiosamente, se pudesse, nem seria um Político aquele que eu primeiro abateria, seria uma coisa, uma lêndea, um verme pútrido, chamado Vítor Constâncio, que julga que, por estar longe, fugiu da alçada de um qualquer desvairado que se lembre de ainda o esborrachar com o tacão.
Infelizmente, ou felizmente, nem sou violento, nem tenho armamento em casa, porque é chegada a hora, não dos cortes no bem estar de quem tem pouco, mas nas cabeças que provocaram, ao longo de décadas, o imenso horror em que estamos.
Toda a gente lhes conhece os rostos, e suponho que será unânime na punição.
Por muito menos, há quase 100 anos, deitou-se abaixo um regime, cuja corrupção era uma brincadeira, ao lado do que estamos a presenciar.
Não tenho armas, digo, mas menti, porque, de facto, tenho uma, e que é a pior de todas, o Dom da Palavra, e acabei, esta noite, de voltar a tirá-la do bolso.
Espero que vos faça acordar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Cadeia com eles! Já!

Absoluta falta de vergonha!

Os políticos iam diminuir os vencimentos em 15%, não iam?
Pois iam, para inglês ver.
Mas agora, no Orçamento, aumentaram-se em 20% nas despesas de representação e assim compensam aquele sacrifício. Um truque tão antigo que é um escândalo. Mas passa sempre, porque as pessoas não se dão ao cuidado de pedir contas.

Isto é de bradar aos céus. É tão baixo e tão despudorado que mete dó.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Discriminação positiva!

Por vezes sabe bem reconhecer que algo positivo ainda acontece neste país. Num relatório do Tribunal de Contas, em que se revêem e criticam as despesas dos hospitais públicos, encontra-se o seguinte comentário:

»»»   Nem sempre é uma má aposta a contratação em regime de prestação de serviços. O Tribunal de Contas cita o exemplo de um médico contratado pelo Hospital Distrital da Figueira da Foz, que, entre 2007 e 2009, revelou sistematicamente uma produtividade muito superior à dos clínicos do hospital. E por um custo bastante inferior. Em 2009, este 'tarefeiro' atingiu o pico do seu desempenho em 2008, ano em que assumiu 62,5% de todas as consultas externas e 75,5% das cirurgias. Tanto os valores que recebia por consulta (37,50 euros) como por cirurgia (325) eram inferiores ao custo médio unitário apurado pelo hospital. Em três anos poupou à unidade centenas de milhares de euros.   «««

E esta, hein?!?!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quem tem amigos...!

Esta notícia não é nova, mas não podia deixá-la passar sem a referir aqui. Este tipo de coisas deve ser espalhado aos quatro ventos para que seja conhecido de todos.

Com apenas 50 anos de idade e gozando de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número 2 do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Sampaio e de Soares, está já reformado com uma pensão de 3.035 €, um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
Foi aposentado como técnico superior de 1ª classe – apesar de as suas habilitações literárias serem equivalentes ao 9º ano.
Entrou para o Ministério da Administração Interna em 1972 e dos 30 anos passados ali só cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro.
Vasco Franco diz que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro, o que lhe triplicou o salário.
Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest (uma sociedade de capitais públicos), com um ordenado líquido de 4.000 € mensais.
Foi convidado pelo presidente da Câmara da Amadora, cuja mulher era secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa.


A acumulação de vencimentos foi autorizada mas o salário de administrador é reduzido em 50% – para 2.000 € – a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
A somar aos mais de 5.000 € da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 € de outra reforma, por ter sido ferido em combate (?) em Moçambique já depois do 25 de Abril (?) e cerca de 250 € em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando mais de 6.000 € limpos.
Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel. Actualmente é Secretário de Estado da Protecção Civil (Ministério da Administração Interna).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Exageros!

As coisas que aterram na minha caixa de correio!!!!

ALGUNS EXEMPLOS DE DÚVIDAS QUE O TRIBUNAL DE CONTAS ENCONTROU NAS DESPESAS PÚBLICAS…

1. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO ALENTEJO, I. P.
- Aquisição de 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€.

Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€. Alguém me elucida sobre esta questão?

2. MATOSINHOS HABIT – MH
– Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €.

Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que uma casa?

3. UNIVERSIDADE DO ALGARVE – ESC. SUP. TECNOLOGIA – PROJECTO TEMPUS
– Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €

Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em classe executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???

4. MUNICÍPIO DE LAGOA
– 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas: 106.596,00 €

Pelo vistos fazer um “Pimp My Ride” nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!!

5. MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
– Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores ópticos: 380.666,00 €

Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada….Já para não falar nos restantes acessórios.

6. MUNICÍPIO DE LAGOA
– Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€

Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.

7. CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES
– Vinho Tinto e Branco: 652.300,00 €

Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????

8. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– Aquisição de viatura - Ligeiro de mercadorias: 1.236.000,00 €

Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante…

9. CÂMARA MUNICIPAL DE SINES
– Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €

É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault e muito mais que uma boa casa... E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra…

10. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– Aquisição de viatura de 16 lugares para transporte de crianças: 2.922.000,00 €

E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. Upsss, outra vez o município de Vale de Cambra…

11. MUNICÍPIO DE BEJA
– Fornecimento de 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €

Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por porcarias como esta?

O «Sorvedouro Nacional»!

Leiam no «Económico» de hoje a notícia que se segue:
««« o »»»
A maioria das câmaras que já definiu as taxas de IMI a aplicar no próximo ano vai continuar a cobrar as taxas máximas. De um total de 308 municípios, 176 municípios já decidiu o nível de imposto a cobrar e destes 106 optaram por aplicar a taxa de 0,7%. Esta taxa aplica-se aos prédios que ainda não foram avaliados desde 2004 - e que representa a maioria das casas - altura em que a contribuição autárquica foi substituída pelo IMI, devido à reforma do património feita por Manuela Ferreira Leite, na altura ministra das Finanças de Durão Barroso.
O IMI é a maior fonte de receita dos municípios e representa quase metade do total das receitas fiscais das autarquias. De acordo com os dados do Ministério das Finanças, no ano passado, os 308 municípios arrecadaram 1,02 mil milhões de euros em IMI, face ao total de receitas que chegou aos 2,10 mil milhões de euros. Desta forma, a opção pela taxa máxima é uma das soluções utilizadas pela maior parte dos autarcas para enfrentar a crise e as reduções nas transferências de que têm sido alvo.
Recorde-se que no próximo ano, os municípios terão de lidar com mais um corte nas transferências de 126 milhões de euros. Um corte que decorre da eliminação da chamada norma-travão prevista na Lei das Finanças Locais (LFL) que previa que as verbas dos municípios não caíssem mais do que 5%, mesmo que as receitas fiscais arrecadadas pelo Estado registassem uma redução superior. E este ano, os municípios já contaram com menos 100 milhões de euros, medida incluída no Programa de Estabilidade e Crescimento. A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) mostrou-se contra a medida a aplicar no próximo ano e alertou para a possibilidade de haver mais municípios com problemas financeiros e a declarar falência técnica. No ano passado, 100 dos 308 municípios enfrentavam sérias dificuldades financeiras e, segundo a ANMP, a tendência será de agravamento. Os dados da Direcção-Geral das Autarquias Locais mostram que em 2009 entre os municípios em desequilíbrio estrutural e conjuntural, 50 apresentavam condições mais graves e correm mesmo o risco de serem acompanhadas mais de perto pelo Governo.
Já este ano, foram oito as câmaras que pediram autorização ao Tribunal de Contas para contrair empréstimos junto da banca para enfrentar dificuldades financeiras.
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Este é um tema que merece um momento de reflexão a todo e qualquer cidadão português que se preze de ter dois dedos de inteligência. O pagamento de impostos foi, no passado, a razão de muitas guerras, queda de sistemas políticos e outros cataclismos sociais que a história muito bem conhece. Quando essa função do Estado, um mal necessário em qualquer sociedade civilizada, passa a ser um sistema de extorsão aos contribuintes, acobertado por leis feitas e aprovadas por políticos sem um pingo de vergonha na cara, faz nascer no nosso íntimo uma vontade enorme de pegar em armas e correr com eles para bem longe.
O Governo Central tem, forçosamente, que reduzir as transferências para os municípios, uma vez que a crise vai fazer com que cobre menos impostos e se veja compelido a reduzir as despesas. E aí, os Governos Municipais, substituindo-se ao Governo Central, decidem aumentar os impostos que cobram directamente aos seus eleitores, de modo a poderem manter o nível de rendimentos dos seus afilhados políticos.
Toda a gente sabe que as Câmaras Municipais são o maior foco de corrupção, governadas anos a fio por famílias de autênticos "mafiosi" que repartem entre si os cargos e as benesses que têm à sua disposição. Ora, os nossos governantes têm uma noção perfeita desta realidade, mas nada podem (ou querem) fazer para acabar com ela, porque se sabem comprometidos com o sistema que eles próprios criaram. A caça ao voto, nas eleições legislativas, obriga-os a esta posição de subserviência perante os autarcas, tão interesseiros e corruptos quanto eles.
E assim, nós, os que não têm direito a aproximar-se da gamela, somos obrigados a alimentar o monstro que nos vai chupar até ao tutano. E sem refilar! Até quando?

sábado, 30 de outubro de 2010

Eu conheço um país...!

Nem sempre são negativas as razões que me levam a «botar a boca no trombone». De vez em quando, sabe bem descobrir e espalhar aos quatro ventos algo de positivo que nos alimente o ego e nos faça esquecer de todo o negativismo que nos rodeia. É o caso das palavras, escritas pelo director do Expresso, que podeis ler de seguida.
  • Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
  • Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
  • Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
  • Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
  • Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
  • Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
  • Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
  • Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.
  • Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
  • Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.
  • Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os de toda a EU.
  • Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PME's.
  • Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
  • Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
  • Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
  • Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
  • Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
  • Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
  • Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.
Por: Nicolau Santos

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Porreiro pá!

O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais nomeou uma jurista de 26 anos para o seu gabinete a ganhar o triplo dos juristas que já estão no quadro.

Mafalda Coelho Moreira foi nomeada por Sérgio Vasques no dia 6 de Maio e está a ganhar uma remuneração de 4808 euros por mês, mais IVA, valor este processado a 14 meses. Segundo o jornal "I", o Ministério das Finanças justificou esta nomeação com a necessidade de "dar resposta atempada ao elevado volume de trabalho", destacando o percurso profissional da contratada, cuja foto se publica ao lado, no âmbito de outras actividades profissionais, antes de ser contratada para o Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, com a anuência de Teixeira dos Santos que tem exigido e imposto sacrifícios aos funcionários públicos.
A nova jurista é sobrinha do presidente da Associação Comercial do Porto e segundo o Correio da Manhã e no ano passado auferiu apenas rendimentos à volta dos mil euros mensais que agora são multiplicados praticamente por cinco! Os juristas do Ministério estão incomodados com esta situação, uma vez que passam a ganhar um terço da nova contratada por um período de um ano, "renovável sucessiva e automaticamente por iguais períodos de tempo", segundo consta do despacho de nomeação assinado pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Esta nomeação polémica evidencia a contradição entre o discurso da contenção salarial para a generalidade dos trabalhadores e as contratações a peso de ouro no Ministério de Teixeira dos Santos, que agora equiparou o salário desta licenciada em Direito pela Universidade Católica do Porto com um master em gestão para juristas, auferindo agora um rendimento bruto anual muito superior ao de Director-Geral!


É a loucura total!

Andam por aí a falar em medidas de austeridade, cortes de salários, subidas de impostos, apertar o cinto. Sacrifícios. Só mais um. Agora outro. Já está? Então só mais este que eu sou um grande mentiroso, perdão, distraído.
E o que vai o Governo fazer para dar o exemplo? Vai ao stand escolher um Mercedes. Contou-nos o jornal "Sol".
Vem aí Durão Barroso (Ainda se lembram dele? O que deu de frosques quando as coisas começaram a cheirar mal, e Portugal era o menos importante na altura?) passar dois dias durante a cimeira da NATO e não podia sentar o "rabiosque" numa qualquer lata com quatro rodas. Não lhe assenta qualquer "tanga", ou já não se recordam? 
Estamos a falar de um automóvel que vai custar a módica quantia de 134 mil euros. Chama-se a isto um bom pretexto para São Bento trocar de carro. O S450 (chama-se assim o bólide) vai massajar o nadegueiro de Durão enquanto este provavelmente ouve a «Toccata and Fugue in D minor de Bach». A crise é tramada, mas só para alguns. Uns ficam com o rabo a arder, outros com ele macio.


Segundo o "Sol", "a contratação agora feita, através da Agência Nacional de Compras Públicas, tem a duração de 48 meses "e "inclui manutenção e pneus para 160 mil kms", sendo que a renda mensal é de 2.807,20 euros, explica a Presidência do Conselho de Ministros. É assim mesmo. Quem vier atrás que feche a porta e pague o carro. 
Se não houver dinheiro ponham-no a render ao fim de semana. Aluguem-no para casamentos e batizados. 
Mas há pior. Há sempre pior. Calma que nunca disse o contrário. Então vamos lá...
"O Ministério da Administração Interna autorizou um reforço extraordinário do orçamento da PSP, no valor de cerca de cinco milhões de euros, para a aquisição de vário equipamento e material de ordem pública que vai ser usado na segurança da Cimeira da NATO, a 19 e 20 de Novembro." " ...A verba foi "sacada" ao Governo Civil de Lisboa e as compras vão ser feitas por ajuste directo..." "Os cinco milhões vão servir para comprar vário material de ordem pública, incluindo seis veículos antimotim, blindados, norte-americanos." "DN"


Governo Civil de Lisboa? Eu nem vou perguntar para que serve um Governo Civil nos dias que correm. Nem qual a razão para este vir financiar a compra de automóveis para cimeiras. Até porque tenho vergonha de ouvir a resposta. Nem sequer a razão pela qual um país como o nosso organiza cimeiras da NATO. Muito menos quando tem as calças pelo meio das pernas e a mão estendida em jeito de súplica.
Agora pergunto: 5 milhões em 2 dias? Repito: 5 milhões? 
E vem esta gente pedir sacrifícios? E vergonha? Nada? Nem um bocadinho? 
Os seis veículos antimotim são para quê? O Governo já está a pensar na fuga? Se assim for justifica-se a compra.
Nota importante - O texto não é meu. Foi-me enviado por mail.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pergunta que eu respondo-te!

O Ministro das Finanças pede-nos para lhe dizermos onde se pode cortar na despesa !!!
Pois então toma lá nota:
- Os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro.
- Enquanto que os nossos gestores recebem, em média:
  • mais 32% do que os americanos;
  • mais 22,5% do que os franceses;
  • mais 55 % do que os finlandeses;
  • mais 56,5% do que os suecos"
(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)

E agora, ficaste com uma ideia, oh seu cretino distraído?
E são estas "inteligências" (?) que chamam a nossa atenção afirmando: 
- "Os portugueses gastam acima das suas possibilidades".

domingo, 24 de outubro de 2010

Fez-se justiça, finalmente!

Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.
  • · Desde a morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia,
  • · Ao desaparecimento de Madeleine McCann,
  • · Ao caso Casa Pia
  • · Do caso Portucale
  • · Da compra dos submarinos
  • · Às escutas ao primeiro-ministro
  • · Do caso da Universidade Independente
  • · Ao caso da Universidade Moderna
  • · Do Futebol Clube do Porto
  • · Ao Sport Lisboa Benfica
  • · Da corrupção dos árbitros
  • · À corrupção dos autarcas
  • · De Fátima Felgueiras
  • · A Isaltino Morais
  • · Da Braga parques
  • · Ao grande empresário Bibi
  • · Das queixas tardias de Catalina Pestana
  • · Às de João Cravinho
  • · Dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida. 
  • .Do processo Costa Freire / Zeze Beleza, quem não se lembra ?
  • · Do miúdo electrocutado no semáforo
  • · Do outro afogado num parque aquático
  • · Das crianças assassinadas na Madeira
  • · Do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico
  • · Do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal
  • · A miúda desaparecida em Figueira
  • · Todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou
  • · As famosas fotografias de Teresa Costa Macedo. Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos.
  • · Os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran
  • · Os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal.
  • · O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
  • · E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência
Pois é... a justiça portuguesa está de Parabéns!
Depois de anos e anos a batalhar eis que surgem os primeiros resultados.

MULTADO POR GUIAR BURRA EMBRIAGADO

O agricultor que há uma semana foi apanhado aconduzir embriagado uma carroça puxada por um burra, na EN 17, em Celorico da Beira, foi ontem, quinta-feira, condenado, em processo sumário, a pagar450 euros de multa. Pena pode ser substituída por trabalho comunitário, (Pois este sr. trabalha e não vive com qualquer subsidio do governo), Jorge Rodrigues, de 34 anos, agricultor, foi condenado pelo Tribunal Judicial de Celorico da Beira, neste caso, a juíza Cláudia Jesus, que considerou "muito grave"o crime pelo qual o agricultor ia acusado, aconselhou-o a nunca pegar num veículo, seja ele a motor ou de tracção animal, depois de ter bebido, condenou um homem apanhado com uma taxa de álcool no san.uma pena de 90 dias de multa, à razão de cinco euros por dia, por ter sido apanhado a 11 de Agosto a conduzir o veículo de tracção animal com uma taxa de alcoolemia de 2,85 g/l no sangue.
O valor mínimo da multa aplicada, que totaliza 450 euros, teve em conta, segundo a juíza de turno que ditou a sentença, a situação social do arguido e o facto de ser primário. Foi-lhe ainda aplicada, como pena acessória, a inibição de conduzir qualquer veículo motorizado por um período de sete meses.
A pena exclui a proibição de o arguido guiar a carroça puxada pela burra, o meio de transporte que mais utiliza, pese embora ter licença, segundo o próprio, para conduzir tractores e motociclos." Venda a burra se ela for uma tentação", desafiou.
Até que enfim.... e em tempo recorde 8 dias depois julgado e condenado !!!!!!!!!!!!!!

YEAAAAAAAAH!... Agora sim, sinto-me mais seguro !

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Teria sido fogo-posto?

Com o orçamento de estado que aí vem para o próximo ano, nunca se sabe! Há que fazer cortes em todo o lado! E nisto de cortar, quanto mais radical for o corte, melhor para as finanças do país.
ooo///ooo
Algures neste país, um prédio de 4 andares foi totalmente destruído pelo fogo. Um incêndio terrível!
Todas as pessoas das 10 famílias de Sem-abrigo, que tinham invadido o 1º andar, faleceram no incêndio.
No 2º andar, todos os componentes das 12 famílias daquela etnia que nós sabemos, também não escaparam.
O 3º andar era ocupado por 4 famílias de refugiados, que também faleceram.
No 4º andar viviam engenheiros, professores, empresários, bancários, vendedores, trabalhadores com suas famílias. Todos escaparam.
Imediatamente o "Presidente da Nação" e assessores mandaram instaurar um inquérito para que o "Chefe do Corpo de Bombeiros" explicasse porque somente os moradores do 4º andar haviam escapado.
O Chefe dos Bombeiros respondeu:
- "Eles não estavam em casa - estavam a trabalhar ou na escola..."

É bom conhecê-los!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Orçamento do Parlamento!

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica

1 – Vencimento de Deputados …………12 milhões 349 mil Euros
2 – Ajudas de Custo de Deputados………2 milhões 724 mil Euros
3 – Transportes de Deputados ……………3 milhões 869 mil Euros
4 – Deslocações e Estadas ………………..2 milhões 363 mil Euros
5 – Assistência Técnica (??) ………………2 milhões 948 mil Euros
6 – Outros Trabalhos Especializados (??)….3 milhões 593 mil Euros
7 – Restaurante, Refeitório, Cafetaria………..961 mil Euros
8 – Subvenções aos Grupos Parlamentares...970 mil Euros
9 – Equipamento de Informática ………….2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??) …………..2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios ……………………………2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer’s (??) Diversos (??)……….13 milhões 506 mil Euros
13- Subvenções aos Partidos na AR..……16 milhões 977 mil Euros
14- Subvenções p/Campanhas Eleitorais...73 milhões 798 mil Euros

Em resumo e no total a despesa orçamentada para 2010, é  de 191 405 356,61€ (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos).
Ver Folha 372 do Diário da República nº 28 – 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.
Vamos lá então ver se isto agora já o começa a incomodar um “bocadinho”. Reparem:
Cada deputado, em vencimentos e encargos directos e indirectos, custa ao País, cerca de 700.000 Euros por ano. Ou seja cerca de 60.000 Euros mês!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pobrezinho!

Pensava que nada me podia surpreender na política, mas eis que um deputado me acorda para a triste realidade: Portugal. O absurdo é o limite. O horizonte da estupidez ganha novos desígnios e contornos todo o santo dia. Ao deputado Ricardo Rodrigues dos gravadores junta-se agora o deputado Ricardo Gonçalves das refeições.
Se o primeiro meteu gravadores no bolso. Este afirma que o que lhe põem no bolso não chega para tudo, mesmo que seja um valor a rondar os 3700€/ mês. Uma miséria. "Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer" Correio da Manhã (vou fazer uma pausa para ir buscar uns kleenex...)
O corte de 5% nos salários irá obrigá-lo, como "deputado da província", a apertar o cinto e consequentemente o estômago, levando-o a sugerir com ironia mas com seriedade (!?) a abertura da cantina da AR para poder jantar. Uma espécie de Sopa dos Pobres mas sem pobres e sem vergonha. Só com políticos, descaramento e sopa.
"Tenho 60 euros de ajudas de custos por dia. Temos de pagar viagens, alojamento e comer fora. Acha que dá para tudo? Não dá" Valerá a pena acrescentar alguma coisa? Não me parece. Só dizer que as almôndegas que comi ao jantar não se vão aguentar no estômago durante muito tempo depois de ter feito copy/paste desta declaração
Mas continuando a dar voz ao Sr. Deputado: "Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira". Pois é, coitadinhos, andam todos a pão e água. Alguns são meninos para largar os bifes do Gambrinus.
Bem sabemos que os grandes sacrificados do novo pacote de austeridade do Governo vão ser os senhores deputados. Ninguém tinha dúvidas quanto a isto. E ajuda a explicar o "aperto de coração" que o Primeiro-Ministro sentiu ao ter de tomar estas "medidas duras". Sabia perfeitamente que ao fazê-lo estava a alterar os hábitos alimentares do Sr. Deputado Ricardo Gonçalves, o que é lamentável.
Que tal um regresso à província com o ordenado mínimo e um pacote senhas do Macdonalds? Ser deputado não é o serviço militar obrigatório. Pela parte que me toca de cidadão preocupado está dispensado. Não o quero ver passar necessidades.
Há quem sobreviva com pensões de valor equivalente a 4 dias de ajudas de custo do senhor deputado. Quem ganha o ordenado mínimo está habituado a privações, paciência. Agora com 3700€ por mês e 60€/dia de ajudas compreendo que seja mais difícil saber onde cortar. Podíamos começar por cortar na pouca-vergonha. Mas isso seria pedir demais.
In «Expresso»

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Teia!

A Teia, O Polvo, A Máfia, La Famiglia, La Camorra, La Cosa Nostra, etc., etc., etc.. Qualquer nome serve para designar a cambada que se juntou em Lisboa para nos sugar até ao tutano. Eles distribuem entre eles a riqueza que não há e depois vão pedir lá fora para tapar o buraco. Qualquer dia, quando já tiverem mamado o suficiente, vão-se embora e deixam-nos a pagar a dívida e mais os juros da mesma. Fixem bem a cara deles para saberem a quem apontar o dedo quando chegar a hora.

Cliquem para ampliar a imagem
Todos os anos consomem a riqueza produzida e mais 10%. Se a coisa continuar durante muito mais tempo, só lá para o século XXII conseguiremos equilibrar as contas. E isto assumindo que poderemos passar a gastar apenas 90% da riqueza produzida e usar os restantes 10% para ir amortizando a dívida. Mas não será com o OE que vai ser entregue no Parlamento na próxima sexta-feira que o conseguiremos. Pela simples razão que esse orçamento, de que ninguém gosta, ainda considera, na coluna da Despesa Pública, 107% da Receita Total.. Ou seja, a dívida continuará a aumentar. E o pior de tudo, é que é apenas uma teoria que não se cumprirá, como já é hábito.
Enquanto não houver coragem de cortar a direito e travar as despesas, não vamos lá. Quem não tem dinheiro, não tem vícios, portanto só há um caminho que é mandar para o desemprego todos os mamões de quem se fala. E sem subsídio! Eles já têm o suficiente!

domingo, 10 de outubro de 2010

Martins, o Motorista!

Ele é vogal de uma dessas entidades reguladoras portuguesas - insisto, não é ministro de país rico, é um vogal de entidade reguladora de país pobre - e foi de Lisboa ao Porto a uma reunião.
Foi de avião, o que nem me parece um exagero, embora seja pago pelos meus impostos. Se ele tem uma função pública é bom que gaste o que é eficaz para a exercer bem: ir de avião é rápido e pode ser económico.
Chegado ao Aeroporto de Sá Carneiro, o homem telefonou:
- Onde está, sr. Martins?
O Martins é o motorista, saiu mais cedo de Lisboa para estar a horas em Pedras Rubras. O vogal da entidade reguladora não suporta a auto-estrada A1.
O Martins foi levar o senhor doutor à reunião, esperou por ele, levou-o às compras porque a Baixa portuense é complicada, e foi depositá-lo de volta a Pedras Rubras.
O Martins e o nosso carro regressaram pela auto-estrada a Lisboa. O vogal fez contas pelo relógio e concluiu que o Martins não estaria a tempo na Portela. Encolheu os ombros e regressou a casa de táxi, o que também detestava, mas há dias em que se tem de fazer sacrifícios.
Na sua crónica nesta edição do DN, o meu camarada Jorge Fiel diz que o Estado tem 28 793 automóveis. Nunca perceberei por que razão os políticos não sabem apresentar medidas duras. Sócrates, ontem, ter-me-ia convencido se tivesse também anunciado que o Estado passou a ter 28 792 automóveis.

sábado, 9 de outubro de 2010

Ladrões duas vezes!

Mais um caso da ordem do dia e a deixar os nossos governantes com cara de aldrabões. Publicam uma lei que tem toda a razão de ser, mas logo que os amigos começam a protestar vêm dar o dito por não dito e tentar salvar-lhes o rendimento com pena que passem necessidades.
Leiam este artigo do Jornal de Negócios.
A proibição de acumulação de pensão com salário da função pública não se vai aplicar aos actuais beneficiários, afirmou hoje o Ministro das Finanças, em conferência de imprensa.
Esta questão tem sido alvo de sucessivos avanços e recuos dentro do Governo. Na semana passada, fonte oficial do Ministério das Finanças afirmou ao Negócios que os actuais beneficiários não seriam prejudicados. Ontem, porém, fonte do Ministério das Finanças garantiu de forma clara que também os actuais beneficiários passariam a ter que optar entre a pensão e o salário.
"Foi inicialmente ponderada essa possibilidade, e foi equacionada. No entanto, quer contactos ao nível sindical, quer ponderações de natureza de legalidade e de Constitucionalidade obrigam-nos a ser prudentes e a não afectar as situações constituídas neste momento, que se manterão até ao término do prazo que esteja definido", justificou o Ministro das Finanças.
Questionado sobre porque é que a questão da eventual inconstitucionalidade se levanta neste caso, e não se levanta no caso dos cortes salariais, o secretário de Estado da Administração Pública argumentou que "não é só o princípio da tutela, mas também o princípio da não retroactividade" que está em causa. "Na questão dos salários a questão não se coloca em termos de risco de retroactividade", afirmou Gonçalo Castilho dos Santos.
A partir do momento em que a lei entrar em vigor, quem receba uma pensão pública e volte a trabalhar para o Estado terá que optar entre o salário e a pensão. As actuais situações de acumulação não serão renovadas. 
Questionado se a proibição de acumulação se aplica aos médicos, Teixeira dos Santos respondeu que a medida é aplicável a todos os trabalhadores. "Não estão aqui contempladas quaisquer situações de excepção", afirmou. 
Aprovada em 2005, a lei em vigor prevê que os beneficiários deste regime possam acumular a pensão com um terço do salário, ou vice-versa.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os Homens e as suas Máquinas!

O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL

A máquina do Presidente

A máquina do Vice-Presidente

As restantes 11 máquinas

Uma frota automóvel no valor de 665.504 EUR para um tribunal de nomeação política, que por esse facto resolveu comprar automóveis de Luxo e Super Luxo para cada um dos 'Juízes' (13).
É o único Tribunal Superior onde os Juízes têm direito a carro como parte da sua remuneração (automóvel para uso pessoal). [A propósito, nestes termos, há obrigatoriedade de retenção em sede de IRS. Será que os senhores juízes se fiscalizam e cumprem, ou ainda não se deram conta?]
A que propósito? Pura ostentação! Ninguém se indigna?! Será normal? Quem é que autorizou este disparate? Como é possível? Isto só na República das Bananas ?!!!!!!!! Direito a viatura para uso pessoal, certo e de acordo com a dignidade das funções exercidas. Que a viatura não seja um 'chaço', DE ACORDO!
É lógico, compreensível. Mas já passa a ser indignidade o Governo sobrecarregar os portugueses em geral e continuar a impor restrições aos seus servidores públicos (já se esqueceram dos anos sem aumentos ou com aumentos sempre abaixo da taxa real de inflação) e ao mesmo tempo comprar justamente as viaturas mais caras de super luxo para os seus apaniguados.
Tanto se fala em crise, em défice orçamental, mas isso serve apenas para sacar mais impostos e impor mais restrições aos desgraçados trabalhadores por conta de outrem que têm de pagar sem poder refilar.
Os Poderosos do Poder dispõem de liberdade total para obterem os maiores benefícios. Metem as mãos nos dinheiros públicos (de todos nós) sem escrúpulos, sem vergonha, sem pudor.
Como pode progredir um País assim, saqueado permanentemente por pessoas que deviam ser as primeiras a darem o exemplo de seriedade? Em quem podemos confiar quando os mais altos responsáveis dão estes exemplos de saque? Temos direito à indignação !!
Tal comportamento por parte do governo é inaceitável, numa democracia que eles tanto apregoam, mas que na prática é a verdadeira DEMOCRACIA DOS PORCOS!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sandwich de rato!

A empresa britânica Premier Food foi multada em 16.821 libras (19.770 euros) depois de um homem ter descoberto um ratinho prensado nas fatias de pão que havia comprado online. 
Stephen Forse estava a preparar sanduíches para os filhos e alguns amigos quando reparou num "objecto escuro incrustado no canto de três ou quatro fatias". 
"De início pensei que a massa não tinha cozinhado bem, mas quando olhei de perto apercebi-me de que o objecto tinha pêlo", descreveu à BBC o residente em Bicester (Inglaterra). 
As autoridades de saúde foram alertadas e recolheram a 'prova do crime', concluindo que se tratava de um rato com a cauda cortada.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Golpista!

Mais uma golpada - Jorge Viegas Vasconcelos despediu-se da ERSE
É uma golpada com muita classe, e os golpeados somos nós....
Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores.
Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios. Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.
Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo:
- Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».
E eu respondo:
- Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!
E você volta a questionar-me:
- Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica. Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a benção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, e abusivo desavergonhado abocanhar do erário público.
Mas, voltemos à nossa história. O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias,
subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. 
E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não.
A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE? Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação.

Agora é que são elas!

Lisboa, 22 Set (Lusa) -- A ministra da Educação desvalorizou hoje a polémica em torno do dicionário que contém asneiras e foi recomendado a crianças do primeiro ciclo, lembrando que os dicionários estão disponíveis nas bibliotecas e que este caso deve ser uma excepção.
A edição de hoje do Diário de Notícias revela que há escolas que estão a recomendar um dicionário com palavrões como "c..." (órgão sexual masculino), "c..." (órgão sexual feminino) e "f..." (ato sexual) a alunos do 1.º ciclo.

A coisa já estava feia para o lado da S'tora Bruna, mas pelos vistos vai piorar! Se os putos do 1º ciclo começam a fazer muitas perguntas a respeito das novas palavras incluídas no dicionário, como é que as professoras vão fugir à questão. E nas aulas de educação sexual, será que conseguem falar das coisas fugindo dos nomes que os putos já usam na sua linguagem do dia-a-dia? A partir de que idade é que uma menina deixará de referir-se à sua "pombinha" e passará a tratá-la por "c..."? E o que acontecerá se os rapazes mais malandros começaram a usar a palavra "c......" em vez de pénis nas suas redacções?
Isto não passa de mais uma lamentável distracção do Ministério da Educação, mas dá bem ideia do desmando em que andam as coisas lá por Lisboa. Quando as coisas começam a ir por este caminho, só acabam no fundo do buraco. Não é só a economia que vai mal neste país... como se pode ver!

sábado, 18 de setembro de 2010

E tu, de que és inocente?

Os seis condenados da Casa Pia vêm engrossar a chorosa lista de inocentes de que, como se sabe, estão cheios tribunais e cadeias de todo o Mundo.

Até ver, e dependendo do resto do processo, a principal diferença entre os inocentes da Casa Pia e alguns dos outros inocentes (assassinos, violadores, assaltantes) é que estes não aparecem nas TVs a fazer queixa dos juízes aos Ex. mos Srs. Telespectadores nem a sua condenação (por crimes que, obviamente, nenhum deles cometeu) faz "aterrar" sobre a Justiça o apocalíptico Reino das Trevas (ou, ainda pior, das "Trêvas").

Como os demais "inocentes", os da Casa Pia irão "até ao fim" do Universo, da Física e da Metafísica para obter a condenação dos juízes que os condenaram e, se não for pedir muito, das vítimas que lhes "fizeram mal".

Ora quis o acaso objectivo que, no mesmo dia da sentença da Casa Pia, passasse na RTP um filme em que, a certa altura, John Turturro é metido na cela onde está Schwarzenegger e faz as apresentações perguntando imediatamente: "E tu? Estás aqui inocente de quê?".

In JN por Manuel António Pina

domingo, 12 de setembro de 2010

Sem palavras!

Tal como aconteceu com o video do Valdemar, o código não cola!
Mais tarde voltarei a tentar para ver se resolvo o problema.
Entretanto vão clicando no link que o resultado é o mesmo.

http://www.youtube.com/watch?v=HbBjOs8gE5w

Eu avisei!

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social reprovou hoje a mediatização conferida a Carlos Cruz pela generalidade dos órgãos de comunicação social, em particular a RTP por esta lhe ter concedido "lugar de especial destaque, e mesmo protagonismo".
Em comunicado, o Conselho Regulador da ERC afirma estar preocupado com a situação, reprovando a mediatização conferida assim como o protagonismo dado pela RTP em pelo menos três dos seus programas de informação.
"Sem colocar em causa os princípios consagrados na Constituição e na Lei sobre a liberdade de imprensa -- antes os reafirmando --, o Conselho Regulador recorda as especiais responsabilidades do serviço público de televisão no cumprimento dos princípios éticos e deontológicos do jornalismo e no respeito pelas decisões dos tribunais num Estado de Direito", lê-se no documento.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Freepot ainda mexe!

Esta é uma notícia antiga (LICÍNIO LIMA - 25 Abril 2007 no DN), mas, tomando em consideração o que se passou esta semana com a equipa de procuradores que investiga e tem a seu cargo este caso, vale a pena recordá-la.
»»»»»» o ««««««
Zeferino Boal, militante do CDS/PP e candidato à presidência da Câmara de Alcochete nas últimas eleições autárquicas, é o autor da denúncia anónima que originou a investigação da Polícia Judiciária (PJ) em volta do caso Freeport, em 2004. José Sócrates é apontado neste processo como estando envolvido na alteração, em 2002, da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE), enquanto ministro do Ambiente, permitindo a construção daquele empreendimento de Alcochete. Em troca, o PS teria recebido dinheiro para subsidiar a campanha eleitoral para as legislativas daquele ano.
»»»»»» o ««««««
Foi assim que tudo começou. Mas o que ninguém sabe é como irá acabar. Rolam cabeças sem ficarmos a saber se são dos culpados ou de inocentes. Será que desta vez o inquérito que o Procurador Geral mandou instaurar vai chegar a alguma conclusão que se entenda?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Carta aberta a Lobo Antunes!

Ao longo dos anos fomos formando uma ideia do médico, função que exerceu em campanha, depois do cidadão e escritor António Lobo Antunes.
Mais Memoria de Elefante menos Memória de Elefante mais Cu de Judas menos Cu de Judas, o livro que nos tocou não foi seu, foi de suas filhas e transcreve as cartas que escreveu a sua mulher, algures das terras do fim do Mundo, em Angola, onde uma guerra marcava a sua juventude.
As cartas são dignas e escritas com honestidade, por um jovem médico que não pelo escritor António Lobo Antunes, de hoje, em que a idade vai pesando, e os factos da juventude vão surgindo menos claros, romanceados e ficcionados.
A leitura daquele livro levou-nos a convidar o reconhecido escritor para proferir a oração que anualmente uma distinta figura do nosso tempo faz na sala do capítulo no Mosteiro da Batalha, no dia do Combatente, a 9 de Abril.
Após conversa pessoal onde foi possível auscultar a sua admiração por diversos militares que ao longo da sua vida consigo conviveram e transmitida a finalidade da intervenção, o convite foi aceite. O discurso na sala do capítulo em Abril de 2007 foi proferido por António Lobo Antunes.
Foi uma intervenção oral, não escrita, à altura de uma grande figura da literatura portuguesa.
Depois de lermos afirmações suas, referentes ao comportamento dos portugueses em África, colocámos esta sua frase no site da Liga dos Combatentes: - “na guerra é necessária muita coragem e essa os soldados portugueses tinham”
Fomos entretanto recentemente surpreendidos por envio de e-mails e comentários altamente negativos, por parte de combatentes idóneos, referentes a eventuais declarações suas, proferidas em entrevista publicada, que se não coadunam com a imagem que entretanto fomos formando acerca de como encarou a situação de guerra vivida.
As reacções de combatentes a essas afirmações são inúmeras, na internet e não só, exigindo -lhe que se retrate.
Conhecedor do ambiente operacional em Angola, o que lemos deixou-nos surpreso e incrédulo.
Terá afirmado segundo o entrevistador:
“«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavammortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros»."
A um médico nunca ninguém pediu ou ordenou que tivesse talento para matar ou para morrer, Deram-lhe sim a missão que exigia de si, talento para salvar vidas. Dos seus homens ou do inimigo.
Afirma que o seu batalhão teve cento e cinquenta baixas.
O seu batalhão esteve numa zona operacional mas de confrontos esporádicos com o inimigo, Mesmo em zonas de actividade mais intensa do inimigo, não temos conhecimento que algum batalhão em Angola tivesse tido esse número de baixas, mesmo considerando o significado que tal palavra normalmente encerra: mortos, mais feridos, mais evacuados por doença. A não ser que por baixas, entenda o número de consultas que deu…
“Matavam e depois choravam a gente que morrera”
Senhor Doutor António Lobo Antunes, o senhor viu algum dos soldados do seu Batalhão matar alguém?
Viu alguém chorar por ter morto alguém?
Um dia escrevi sobre o inimigo: “ O inimigo não se vê, sempre que pode atira”. E nós atirávamos geralmente sobre um inimigo que não se via!...
Em combate morre-se de ambos os lados! A maior parte das vezes. em guerra de guerrilhas,, sem saber bem como.
Choraram certamente os camaradas que caíram a seu lado. Mas felizmente não tantos como o senhor afirmaterem caído no seu batalhão.
Seguidamente as afirmações são insultuosas, completamente fora te todo o conceito estratégico e filosofia humanista com que se tentou fazer a guerra, durante os treze anos que durou.
Deixa, para além disso, bem mal colocados os militares que serviram com dedicação e espírito de sacrifício, a missão que lhes foi atribuída, quer no seu Batalhão, quer no resto de Angola, entre eles o seu amigo Melo Antunes.
De facto, afirmar que “para mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos” e “para mudar fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres e homens” ou “ mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros”, embora use a primeira pessoa do plural, é ter estado sempre, como acontece a qualquer elemento do serviço de saúde, fora da conduta da guerra.
Para quem esteve em Angola, na guerra, estas expressões ofendem.
Nunca, em Angola, nenhum Batalhão mudou de situação, quer para situações mais calmas quer para situações mais difíceis, como as de reserva de comandos superiores, com base em tais critérios, nem nunca ninguém matou na guerra em Angola, com essa finalidade.
Afirmar “Matar para fazer mais pontos e por isso não fazer prisioneiros”, é maquiavélico, ficção ou necessidade de apoios de sectores de si afastados, ou de conquista de alguém ou de alguma coisa ainda não conquistada.
O senhor, nos seus livros e entrevistas é forte, real e chocante. Revela humanidade, sensibilidade e espírito profundo.
Não necessita de usar formas deturpadoras de uma realidade que o senhor sabe não ter vivido, agredindo a memória dos mortos em tal guerra e a memória dos vivos que conheceram a guerra certamente melhor que o senhor e reprovam, negam e repudiam afirmações como as que foram apresentadas.
Mesmo a ficção é ridícula e perigosa, quando usa desta forma uma hipotética realidade que acaba por se transformar em realidade histórica face à força de quem a usa. A frontalidade e o chocante acabam por apoiar-se em pés de barro que não conduzem o utilizador de tais formas a bom porto.
Em 21 de Agosto de 2010, vimos com curiosidade anunciadas umas férias em Tomar, por parte de António Lobo Antunes onde abordaria o tema “as minhas memórias de jovem militar”
Ficámos expectantes e pensando que tal entrevista seria um esclarecimento das afirmações acima referidas.
Curiosos, a 22 de Agosto consultámos o site da Lusa e verificámos que a sessão se não tinha realizado por ausência de ALA, alegando falta de condições de segurança.
Em declarações posteriores esclareceu que não teria sido aquela a finalidade da ida a Tomar, nem esta a razão da não presença.
Segundo declarações recentes, as afirmações da entrevista, no livro publicado, terão sido mal interpretadas. Considerando que é no meio dos combatentes que deveria esclarecer o que terá dito ou escrito, venho junto de Vª Exª sugerir duas coisas:
1. Que nos faça chegar a síntese escrita da sua intervenção, no Dia do Combatente, no ano de 2007, na Batalha, conforme prometido. 
2. Que utilize o espaço da nossa revista ou do nosso site, para esclarecer, confirmar, negar ou dar a sua interpretação sobre as afirmações que terá produzido na referida entrevista e, se assim o desejar, expressar mesmo as suas “memórias de jovem militar”
Convencidos de que assim contribuímos para o esclarecimento de uma situação que consideramos grave, criada por Vª Ex^, no seio dos combatentes que dela tiveram conhecimento, subscrevemo-nos atenciosamente,
 www.portugalclub.org
O Presidente da Liga dos Combatentes
Gen Joaquim Chito Rodrigues.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bocas do MST!

Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê: 
- É sempre assim, esta auto-estrada? 
- Assim, como? 
- Deserta, magnífica, sem trânsito? 
- É, é sempre assim. 
- Todos os dias? 
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente. 
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram? 
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto. 
- E têm mais auto-estradas destas? 
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me. 
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões? 
- Porque assim não pagam portagem. 
- E porque são quase todos espanhóis? 
- Vêm trazer-nos comida. 
- Mas vocês não têm agricultura? 
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável. 
- Mas para os espanhóis é? 
- Pelos vistos... 
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga: 
- Mas porque não investem antes no comboio? 
- Investimos, mas não resultou. 
- Não resultou, como? 
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou. 
- Mas porquê? 
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos. 
- E gastaram nisso uma fortuna? 
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos... 
- Estás a brincar comigo! 
- Não, estou a falar a sério! 
- E o que fizeram a esses incompetentes? 
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro. 
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo? 
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km. 
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não. 
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto? 
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações. 
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa? 
- Isso mesmo. 
- E como entra em Lisboa? 
- Por uma nova ponte que vão fazer. 
- Uma ponte ferroviária? 
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa. 
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros! 
- Pois é. 
- E, então? 
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim. 
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la. 
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta... 
- Não, não vai ter. 
- Não vai? Então, vai ser uma ruína! 
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar. 
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras? 
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa! 
- E vocês não despedem o Governo? 
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo... 
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro? 
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade. 
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia? 
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV. 
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter? 
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. 
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás: 
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê? 
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa. 
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo? 
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado. 
- Não me pareceu nada... 
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP. 
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível? 
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido. 
- E tu acreditas nisso? 
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo? 
- Um lago enorme! Extraordinário! 
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa. 
- Ena! Deve produzir energia para meio país! 
- Praticamente zero. 
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber! 
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha. 
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso? 
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais. 
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada? 
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. 
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente: 
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos? 
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez. 
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou: 
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!