sábado, 28 de agosto de 2010

Money for the boys!

No esclarecimento feito ontem, a secretaria de Estado, recorda que os 5,1 milhões de euros surgiram na sequência de uma exigência dos partidos da oposição durante a discussão e aprovação do OE, onde foi decidido alterar o modelo de transferência de fundos até então em vigor ...

A secretaria de Estado recorda, aliás que "a ANAFRE tem conhecimento" de que a verba de 5,1 milhões "não se revela suficiente para pagar a todos os presidentes de junta em regime de permanência" ...

Segundo as contas da Administração Local, os autarcas em causa representam 10% dos 4.259 presidente de junta existentes no país, com vencimentos entre os 1.500 e os 2.500 euros ...
»»»»» o «««««
Mais uma pouca vergonha que surgiu ontem nas notícias. O nosso Ministro das Finanças nunca concordou com esta verba que, segundo as suas palavras, em meados de Março, na Assembleia da República, não era mais que "money for the boys", ou seja, um dinheirinho extra para aquecer o bolso dos amigos.
Agora, com a falta de tesouraria que se verifica, empata a transferência do "pilim" e começa o coro de protestos. Vá-se lá saber quem tem razão!
Mas não me coíbo de expressar aqui a minha opinião. Se, como o ministro afirmou, durante o debate do OE, as verbas para cobrir os ordenados desses presidentes de junta, já estão incluídas no orçamento, então tenho que me juntar a ele e discordar da decisão que foi tomada naquela altura. Para quê mais dinheiro? Para pagar um "prémio de produção" àqueles que se mostrarem mais competentes (leia-se subservientes)?
Até parece que vivemos num Eldorado onde o dinheiro abunda e se reparte ás mãos cheias por quem quer que seja, não importando muito se o merece ou não.
Haver 420 presidentes com salário pago ( e um bom salário como se pode ajuizar pelos valores mencionados acima) entre os 4.259 existentes em Portugal, já me deixa a pensar. A quem cabe a tarefa de decidir que juntas justificam um tal presidente? As muito pequeninas, em aldeias com menos de 2000 habitantes, entende-se que fiquem de fora, como aliás acontece em tudo o resto. As muito grandes, em cidades como Lisboa, Porto, Coimbra, Braga ou Viseu, entende-se que têm que ter quem as governe, mas são os partidos que escolhem os candidatos ao lugar e os colocam no poleiro. E cheira a léguas que estes 5 milhões pedidos como um extra, são dinheiro para os alfinetes desses lacaios.
E nem vale a pena discutir o que fazem esses senhores e se merecem o ordenado que lhes é pago.
Nem quem foi que decidiu quanto devem ganhar.
Nem que critério esteve por trás da escolha dos 420 que recebem.
Nem que alguns dos 3.839 que não recebem nada estão em completo desacordo com esta medida.
Quando é para receber todos se chegam à frente, não é verdade? Mas o problema é que a gamela já está vazia e não há mais nada para ninguém.
Mas cuidado, pois os habilidosos da política já descobriram que podem pedir emprestado e mandar pôr na nossa conta que a gente paga. Não sei quando, mas algum dia vamos receber a conta. E aí é que vai ser o bom e o bonito!
Como já cá não devo andar, nessa altura, vou deixar uma carta endereçada aos meus netos, prevenindo-os para irem poupando a pensar nesse dia. Fraca herança tenho para deixar aos meus descendentes!

1 comentário:

  1. Somos pobres como Pais mas ricos a comer á conta do Orçamente, pudera, como dizes alguém vai pagar, e até estou a ver quem.
    Um abraço
    Virgilio

    ResponderEliminar